Como ser mulher e não morrer na tentativa
Uma reflexão sobre o filme Vitória, com Fernanda Montenegro

Foto: Arquivo Pessoal - Cininha de Paula.
Já parou para pensar meninas, quantas vezes fomos chorar na cama que é um lugar quente? Esta frase me acompanhou na infância, mas ela foi real na idade adulta. A hora que decidi mudar de rumo, larguei a Medicina e fui ser atriz. Ali meu casamento ruiu, eu já tinha um filhinho de um ano, e muitos sonhos na cabeça e nem tinha uma câmera na mão. Mas pensa que esmoreci? Não!
Fui em frente, aposentei o estetoscópio e passei a ouvir o coração com a alma, abandonei o plantão de 12 por 24 h, para total incerteza que a arte proporciona e com certeza 12 por 24 h, pensando como ia pagar o condomínio.
No que se refere ao machismo, o mundo de homens, os assédios morais, corporativos, sexuais e etc… continuaram existindo, pois troquei o que chamam de profissão liberal, para a arte na pura essência. Sem rumo, lá fui eu! Como começar sem uma formação cartesiana? A menina estudiosa, que passou no vestibular de Medicina, onde enfrentei 13 para uma vaga, agora buscava um trabalho, uma oportunidade, uma chance. Neste caminho tortuoso e duvidoso, lá fui eu. Nossa, quantos nãos! Até hoje os nãos me acompanham, mas não me assustam mais. Hoje sou uma mulher realizada, com muitos sonhos ainda, mas não morri na tentativa. O tempo passa rápido, mas a tal da felicidade, que só os idiotas conseguem acreditar ser constante, eu tenho às vezes, quando o dia permite. Não morri na tentativa, eu venci, do meu jeito!
Hoje olhando para trás, vejo tanta luta e tanta conquista, que cheguei a conclusão: “INOVAR É ASSUMIR RISCOS, MAS NÃO INOVAR TAMBÉM", (Surama Jurdi), faço das palavras dela, meu lema.
E você? Onde anda seus sonhos? Eles não custam nada, só sua coragem de acreditar que eles podem ser reais.
VITÓRIA, igual ao filme que vi recentemente com Fernanda Montenegro, uma mulher que acreditou na sua capacidade de transformar o momento. Não desista, há sempre tempo para ser feliz!