Exclusivo Vale Tudo? Será que vale?

Os atuais criadores estão tentando fazer o seu melhor

Vale Tudo? Será que vale?

Foto: Reprodução / Internet

Vale tudo?

Será que vale?

Estamos falando de um título, de um produto de entretenimento, que vem tomando as redes sociais de uma forma tão ofensiva para seus atuais criadores, que estão apenas tentando fazer o seu melhor.

Vale Tudo é uma novela original de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, que fez grande sucesso na ÉPOCA de sua estreia. Por esse motivo, está sendo feito um remake, como se faz com tantos produtos em Hollywood. É fácil? Não! Mas também não é motivo para tantas ofensas aos criadores atuais.

Os remakes de novelas sempre trazem atualizações naturais no comportamento, nas atitudes, nas situações e no vocabulário, refletindo o progresso do mundo e tudo o que uma ÉPOCA carrega em sua essência. A Maria de Fátima de Glória Pires era outra, seus objetivos eram outros, com o olhar de sua ÉPOCABella Campos traz a sua Maria de Fátima, com um olhar da sua ÉPOCA. É importante aceitar essas diferenças sem comparar ou criticar.

A questão não é “quem é melhor?”, mas sim: como vive essa personagem em diferentes ÉPOCAS?

Os criadores, autores, diretores, atores, estão dando sua visão atual da história, e é importante respeitar esse trabalho. O progresso trouxe muitas conquistas, mas também inúmeros desafios, como o aquecimento global, reflexo direto do avanço industrial e do desmatamento.

A novela é um folhetim, uma história para nos entreter, não para ser motivo de constrangimento ou comparações ofensivas. A visão da autora hoje é diferente da de 1988, assim como o cenário político-social do país. Devemos apreciar os novos tempos e respeitar o trabalho de todos os envolvidos, sem destratar ou nos tornarmos haters sem razão justificável.

Gilberto Braga era um homem do teatro, um crítico de arte, um cinéfilo, em todas as suas obras, gostava de citar espetáculos, filmes, o panorama cultural do eixo Rio-São Paulo. Já Manuela Dias visualiza sua obra em outro formato, o que não a torna inferior. Como autora, foi, sem dúvida, inovadora no formato de série, e me refiro à “Justiça”. Sua visão aos 48 anos é naturalmente diferente da visão dos autores que tinham essa idade em 1988. Isso é o que chamamos de ÉPOCA.

Se a novela não vale a pena para você, talvez não assistir seja uma opção melhor do que se tornar um opinante odioso.

Portanto, relaxem, afinal, é só uma novela. Um entretenimento em capítulos que vem para nos emocionar, rir, alertar para os perigos do nosso tempo e acima de tudo, nos divertir. Jamais será igual aos problemas que enfrentamos em 1988 ou 1989. Se a década de 80 é melhor ou pior que 2025, ainda não podemos dizer. É uma questão de ponto de vista, sem saudosismos. Temos que dar tempo ao tempo.

Admiro profundamente o trabalho de Glória Pires, ainda tão jovem naquela ÉPOCA e já demonstrando um talento indiscutível. Bella Campos está corajosamente se entregando à sua versão da personagem. Melhor ou pior? Não importa, é a dela, da sua ÉPOCA.

Então eu pergunto:

Vale tudo nesta vida para opinar agredindo?

Vale tudo para se aborrecer por tão pouco?

Vale tudo para sermos felizes.

Vale tudo para sermos tolerantes.

Vale tudo para vivermos sorrindo, pois essa deveria ser a nossa novela diária.

Vamos surfar e redescobrir uma forma lúcida e inteligente de olhar para os nossos produtos televisivos. Somos noveleiros. Fomos criados diante de uma televisão de grande qualidade. Afinal, faz mais de 60 anos que somos influenciados por esse veículo.

Nos perdoem, mas somos de ÉPOCA.

Comentários (2)
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  • A
    AndreaAbril 2025
    Gosto da novela e do elenco, a única que não me desce é a menina Bella, não pela Maria de Fátima e sim por ela mesma .kkkk Sua crônica está show!
  • P
    Paulo CorreiaAbril 2025
    Muito bom. Parabéns 👏👏👏👏