Exclusivo Viva Marília!

Recentemente vi este documentário, "VIVA MARÍLIA", que foi exibido dentro do Festival Internacional de Documentários no seu trigésimo ano de exibição, intitulado "TUDO É VERDADE". 

Gosto muito de documentários, eles são sempre bastante interessantes. A dramaturgia nos leva a sonhar, viajar, os documentários nos levam a estabelecer parâmetros, opiniões reais sobre pessoas, situações ou mesmo as pessoas em determinadas situações . 

VIVA MARÍLIA, para mim foi diferente. Durante 5 a 10 anos seguidos, convivi pelo menos 3 a 4 dias da semana com esta atriz brilhante que foi MARÍLIA PÊRA. Pensava conhecer algo dela, do seu jeito carente muitas das vezes, ciumenta muitas das vezes, impaciente muitas das vezes, carinhosa muitas vezes, mas sempre única quando se tratava do seu desempenho como atriz. O seriado "PÉ NA COVA", onde trabalhamos juntas durante bons anos, foi seu último trabalho em vida, mas não foi o único comigo, fiz com ela o seriado "MULHER", "VIDA  ALHEIA", novelas como "COBRAS E LAGARTOS" e "AQUELE BEIJO", enfim, como ela entendia e dizia o texto era surpreendentemente imprevisível! 

Neste doc, eu conheci mais da Marilinha, que ela tanto se referia, mas pela ótica dela própria. Ninguém deu depoimentos sobre ela. Só ela falou bem e colocou seus demônios para fora. As imagens de arquivo dela própria, da família, do seu trabalho, dos seus casamentos, dos seus filhos, foram única e exclusivamente escolhidas para ilustrar sua ótica da própria vida. Passei a entender melhor Marília, depois deste documentário. Ela não passava a mão na própria cabeça, se cobrava, questionava suas atitudes e justificava seus passos futuros. Gente é imperdível este trabalho muito bem roteirizado por Nelsinho Motta que a conhecia de trás pra frente, foi seu companheiro e pai de suas filhas, muito bem dirigido por Zelito Viana e por sua filha Esperança Motta, enfim, cheguei a conclusão que na vida erramos quando pensamos que conhecemos alguém! Ela, Marília, me surpreendeu várias vezes durante a projeção. Eu fiquei tão envolvida e emocionada que só no final percebi, que só ela falava dela, mesmo sem se referir ao seu último trabalho em vida. Não crítico escolhas, respeito pontos de vista. Ela foi tão próxima daquilo que vislumbrei como ídolo, como referência, que hoje fico na paz de saber que escolhi para meu parâmetro de mulher, atriz, mãe, alguém que era ou é melhor que a encomenda, eu diria que depois de assistir ao documentário posso dizer: "Marília está mais VIVA do que nunca!"

Vamos preservar nossos diamantes e guardá-los no lado esquerdo  do peito!